28 de nov. de 2008

Em cima do muro?

Tem umas pessoas que dizem que eu vivo em cima do muro pra muitas coisas.

Pra elas, eu digo - como hoje foi um exemplo - que não é isso. Eu simplesmente tenho uma opinião que é diferente das duas primeiras.

Obviamente, quando digo isso, olham para mim com olhar reprovador e dizem que isso é só uma justificativa minha pra não tomar partido, e que é mais uma prova de que estou em cima do muro.

Bom, sinceramente não ligo quando pensam isso. Não é sempre que eu tenho uma "terceira" opinião, e quando estou de um dos lados assumo e pronto.

O que me importa mesmo a ponto de querer escrever esse post é falar sobre essa noção que muitas pessoas têm de que existem somente e apenas 2 (dois) lados numa discussão. E que, mesmo que nenhum dos dois esteja totalmente certo, o que quer que seja resolvido será a partir da conversa entre esses 2 (dois) lados. Daí, quando surge alguém que diz "não acho que A nem B esteja certo, acho que o problema é C" - essa pessoa está em cima do muro, fugindo da discussão, tirando o seu da reta etc.

O caso é que os dois lados sempre têm uma solução muito simples: "basta que o outro lado entenda que está errado e perceba que o que estou dizendo é que é o certo". Muuuuuito simples né.

Nessa polarização, sempre regada a antipatia (e o consequente preconceito, má-vontade, impaciência etc), os dois lados passam a entender como origem do problema o fato de que "o outro" fez errado. Entendem que, para encontrar a solução, basta encontrar O(A) culpado(a). Existindo a culpa, existe a necessidade da pessoa mudar; definindo quem deve mudar, basta que os demais permaneçam inertes; encontrada a culpa, é encontrado o erro e ele pode ser corrigido.

Mas isso é uma análise a partir do ápice do problema. Eu tenho o hábito de voltar mais no tempo do que as pessoas consideram necessário. E daí vejo o problema lá atrás, e muitas vezes acabo descobrindo a mesma coisa: o que deu errado aconteceu porque as pessoas esqueceram de combinar alguma coisa (ou não sabiam que tinham que combinar). E daí, quando o problema virou fato, há 1001 argumentos possíveis pra dizer porque tal e tal coisas são responsabilidade de um ou de outro. Ao invés de assumirem que o problema é de todos, cada um fica tentando se colocar num lugar onde possa dizer: "viu o que fez? Agora se vira! Como não é culpa minha, vou apenas ficar aqui e esperar".

E a solução nunca chega, porque, afinal, mesmo que um dos lados ceda, será de má-vontade. E quando as coisas começam mal... já sabe, né.

Solução que eu proponho? É a mesmíssima para todos os casos, e é a visão que faz dizerem que estou em cima do muro. E é a seguinte:

1- Antes de procurar o culpado, todos devem entrar num acordo sobre qual é o problema, em primeiro lugar. Isso porque muitas vezes confundem "problema" com "culpa" (e assim, não concordam nem mesmo sobre qual foi o problema). Se você pergunta qual é o problema, alguém vai dizer "o problema é que fulano fez tal coisa". NÃO! O problema é impessoal. O problema é que "tal coisa aconteceu". O problema não é que "o encanador fez o serviço mal feito e o cano mal remendado estourou de um jeito pior". O problema é que "o cano continua estragado, e piorou". Ponto.

1 e meio - Isso só pode ser feito se as pessoas concordarem em conterem-se, por mais certeza que tenham da culpa alheia. A hora da culpa é outra.

2- Todos devem aceitar que o problema JÁ ACONTECEU. Portanto, qualquer que seja a conclusão, não dá pra voltar no tempo e desfazer. Dá no máximo pra consertar.

3- Exceto em casos específicos (crimes, por exemplo) achar o culpado não vai acabar com o problema. A conversa é para que o mesmo não aconteça de novo, e não só para punir alguém.

4- Definido o problema, tenta-se encontrar o início da história - seja a próorpia concepção da idéia, seja o momento em que definiram que iam realizá-la. O que importa é saber: no caso de tentarmos fazer isso de novo, a partir de que momento as coisas precisam ser diferente para não levar ao mesmo caminho?". Na maior parte das vezes, encontra-se a mesma origem do problema: faltou incluir no "combinado" uma determinada informação.

5- Inclua-a no próximo combinado, seja feliz, e repita com muita calma e ponderação os passos 1 a 4 sempre que preciso.

Adendo 1- Só reclamar do outro não adianta
Adendo 2- Preste atenção se no meio de tudo não tem uma figura que quer é ver o circo pegar fogo e os bombeiros de férias. SEMPRE tem essa pessoa, e ela vai estimular a briga porque, consciente ou não desse traço de personalidade, ela gosta de uma polêmica. Identificar é fácil: ela só fala mal, está sempre interessada, tem argumento contra tudo, e nunca propoe nada.
Adendo 3- Mudar de opinião não é fraqueza, é sinal de ponderação e maturidade. Mas só mude se realmente estiver convencido.
Adendo 4- Enquanto você se perceber falando do assunto de forma emotiva, alterando o tom de voz, dando certezas absolutas baseadas em sua "percepção lógica" e julgando os outros ("errado", "burro", "estúpido", "incompetente" etc), saiba que você tem grandes chances de estar errado - mesmo que esteja certo.
Adendo 5- Separe FATO de OPINIÃO. Em você e nos outros.

E por último: existem algumas outras zilhares de formas de resolver um problema. Se você não concorda ou não quiser esta, e ainda assim achar que isso é ficar em cima do muro... tô nem aí.

23 de nov. de 2008

Frase do dia

"Jamais corte o que pode ser desatado"
Joseph Joubert (não sei quem é, mas interssa? Se sim, google)

Da série Comerciais Medonhos

20 de nov. de 2008

E o seu dia, como vai?

Quinta-feira, 5h50 da manhã...

Três pessoas sobem juntas o elevador. Ele chega no andar, abre as portas e já saímos de frente para a recepcionista:

Pessoa 1: Bom dia!
Recepcionista: (sorriso sincero) Bom dia!
Pessoa 2: Bom dia!
Recepcionista: (sorriso obviamente cínico) Bom dia!
Eu: Bom dia!
Recepcionista: (sorriso - aparentemente - sincero) Bom dia!

As duas pessoas passam e entram. Eu percebo uma coisa no nome da segunda pessoa, escrito na portaria, e apenas aponto para o nome e sorrio para a recepcionista. Ela revira os olhos:

Recepcionista: Eu odeio esse menino!... Que idiota...
Eu: (em voz alta) Pois é, né... (e apenas no pensamento) e tomara que pelo menos não me odeie...

19 de nov. de 2008

Fatality ou quase

Lá vai mais uma combinação de coisas que fizeram minha infância/adolescência mais feliz: Super Heróis + Mortal Kombat!

O clip abaixo são os "Fatality" (quem jogava sabe...) dos personagens do novo jogo "Mortal Kombat vs. DC Universe". Eu passava horas jogando Mortal sonhando em conseguir dar um Fatality - que nem sempre saía, apesar das bolhas nos dedos...




Mas peraí: Se até os "bonzinhos" do mortal Kombat dão Fatalities, que diabo é isso dos super-heróis fazerem só um tal "Heroic brutality", que machuca mas não mata?

"Brutalidade Heróica"??? De quem foi essa idéia??? Se não vai mandar a figura pra zona fantasma nem pro Asilo Arkham, mas vai aproveitar do seu momento indefeso só pra se exibir com um golpe especial, DETONA DE UMA VEZ, pô!

Ah, e só pra constar:

Seja desenhado, seja animado, seja o Jack Nicholson, seja o Heath Ledger, seja em 3D... o Coringa é sempre o melhor! Em homenagem a ele, clique aqui pra ir direto à parte do vídeo com os seus hilários golpes mortais".

17 de nov. de 2008

Só coincidência, mas por via das dúvidas...




Hoje, por sorte, foi um daqueles dias em que tenho um tempo livre na parte da noite. Daí chegou um momento em que resolvi tirar um cochilo de meia hora.

E por que é sempre nessas horas que o telemarketing liga pra gente? Ou é no meio da reunião, ou é no meio do almoço, ou é na manhã do sábado, ou é no meio do seu curto cochilo.

Bem, acordei (se bem que não tinha dado tempo de dormir) com meu celular tocando. Era um rapaz da operadora Claro, querendo propor que eu trocasse a Vivo por eles. O fato de que ele já sabia que eu era dono do número e cliente da Claro só não me fez perguntar DE ONDE DIABOS ELE TIROU ESSA INFORMAÇÃO porque eu ainda estava meio zonzo de sono.

E aí o rapaz começa a falar das vantagens da Claro, de tudo que eu vou ganhar etc e tal, e então pergunta qual é o modelo do meu aparelho.

(Parênteses gigantes: tenho um prazer especial em atender telemarketing de operadoras de celular porque sei que sou o pior tipo de cliente. Só tenho celular porque preciso, praticamente não faço ligações, uso tudo que o celular tem mas não não sinto a menor falta de nada desde que ele sirva pra chamar e receber, e não dou a mínima se a diferença entre os modelos UltraPro-GP/7 e UltraPro-GP/7x é que um deles traduz as mensagens SMS para proto-hebraico. O que me interessa é que dê pra ligar e seja barato. E por fim, apesar disso, sou sinceramente curioso e escuto tudo o que o atendente tem pra dizer e no final ele percebe que só perdeu tempo, porque falo "não" sem a menor hesitação.)

Respondi com toda a sinceridade: "tudo o que sei é que é um Samsung, não sei o modelo... deixa eu ver...". Eu estava do lado da gaveta onde havia deixado o manual. Mas estava sem óculs, então abri a gaveta e peguei o primeiro papel que parecia um manual, e na verdade era o folheto com endereços de assistência técnica Samsung no Brasil.

Enquanto eu procurava o modelo do celular, com minha miopia de 6 graus e o folheto quase enfiado no nariz, o rapaz ia me dizendo o que ofereceriam se eu entrasse no plano deles. Assim que afastei o papel ele disse: "oferecemos um aparelho de qualidade melhor, o LG KS (...)".

Quando ele disse isso, me deu um estalo, do nada (e por isso nem peguei o resto do nome do modelo do aparelho). Sem entender porque, mas como se uma coisa estranha tivesse acontecido, instintivamente voltei o folheto pra frente do meu nariz, e li novamente o que estava escrito bem no meio da página:

LAGES
K&S Service


Era o nome da cidade de Lages, em Santa Catarina, e, logo abaixo, o nome da Assistência autorizada da Samsung lá.

E daí?

Daí que, exatamente como neste post, as letras "L" e "G" de "LAGES" estão respectivamente exatamente em cima das letras "K" e "S" de "K&S Service". "LG KS", o modelo do celular que o rapaz estava me oferecendo.

Como tudo meu que é LG sempre deu problema LoGo, e a coincidência foi em cima de uma página de assistência técnica, achei por bem não aceitar. Vai que era um aviso...

9 de nov. de 2008

Não entendeu?




Eu explico
Todo mundo tem furico

Inclusive os atores da novela Ciranda de Pedra

(Quê que isso?????)

8 de nov. de 2008

Espírito de porco



Há dois dias eu estava trabalhando tranquilamente quando ouvi um barulho de vidros quebrando na rua. Parecia uma coisa pesada. Fui olhar e, da janela do quarto andar, vi que havia um caminhão da coca-cola fazendo sua entrega no restaurante ali em frente. O cara que estava carregando os engradados num carrinho tinha acabado de deixar cair uns 3 ou 4 no chão, e tinha refri e cacos espalhados pelo chão.

O carregador se abaixou pra tentar arrumar a bagunça. Enquanto isso, um rapaz vinha calmamente andando pela rua e diminuindo os passos na medida em que chegava perto da cena do mini-acidente. Parou de frente para os engradados e para o carregador - que já estava ajoelhado no chão - tirou o celular do bolso e tirou uma foto, sem esboçar qualquer interação com o pobre coitado que continuava arrumando a bagunça. O rapaz afastou uns dois metros, ficou mais de lado, agachou-se e tirou outra foto. Por fim, levantou-se e tirou mais uma. Deu as costas e saiu andando bem devagar, pois estava ocupado mexendo no celular para terminar de organizar seu breve registro.

Enquanto ele saía, um funcionário do restaurante veio com uma vassoura e começou a varrer os cacos, que estavam no caminho de passagem dos pedestres.

Considerando o título desse post, preciso dizer mais alguma coisa?

4 de nov. de 2008

Identidade preservada

Primeiro um trecho da notícia, depois o comentário:

"Justiça aprova e Wonarllevyston tira Paullynelly Mell do nome

O adolescente Wonarllevyston Garlan Marllon Branddon Bruno Paullynelly Mell (que ainda tem mais quatro sobrenomes que não foram divulgados por se tratar de menor), de 13 anos, obteve na Justiça a alteração de seu nome em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS), o adolescente foi autorizado a mudar o nome no fim do ano passado. Com a mudança, ele continuou com o primeiro nome, Wonarllevyston, pelo qual já era conhecido, e retirou os outros, permanecendo apenas Bruno, além dos sobrenomes não divulgados."


Comentário:

Que bom que o jornal seguiu a regra de preservar a identidade do menor. Com certeza se eu encontrar em Campo Grande um rapazinho chamado Wonarllevyston Bruno não vou ter como saber se é ou não o dito cujo... Deve ser um nome bem comum por lá.

3 de nov. de 2008

Apenas um exercício mental

Tente adivinhar: qual dessas manchetes você acha que vira notícia? (resposta ao final)

a) Bombeiros atacados por crianças são salvos por jacaré
b) Jacaré atacado por bombeiros é salvo por crianças
c) Crianças atacadas por bombeiros são salvas por jacaré
d) Crianças atacadas por jacaré são salvas por bombeiros
e) Bombeiros atacados por jacaré são salvos por crianças
f) Jacaré atacado por crianças é salvo por bombeiros

Pensou na letra d? Então veja a resposta clicando aqui

E a Lego resgata comercial pelos 50 anos veja o filme de 1981

Tô só testando esse coisa de mandar post por e-mail. Se chegar chegou, se não chegar...

 
 

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