20 de abr. de 2009

Memórias aleatórias

De vez em quando, do nada, me vem à cabeça uma memória sem o menor sentido.

Acabei de lembrar de quando eu fazia estágio no Centro Cultural da UFMG. Isso era2004 e o Orkut tinha acabado de ser lançado, ou eu pelo menos tinha acabado de entrar nele. E daí um dia, se lá porque, pediram que eu atendesse um cara, chamado Murilo, que vinha conhecer o Centro e queria fazer algum tipo de proposta, nem lembro bem o que. Sei que eu não fazia a menor ideia de como conduzir isso e fui com a cara e a coragem.

O papo foi indo, indo e sei lá como chegamos no ponto de eu falar com ele sobre o Orkut. Eu disse que era uma "rede de relacionamento" (ainda estavam definindo "mídia social" e usavam esse termo de vez em quando pro orkut). Aí ele me olhou torto e eu tive que explicar que não era eeesse tipo de relacionamento.

Acabou que a figura não foi mais no Centro depois disso, mas entrou no orkut, me adicionou e, pelo que acompanhei uns tempos, tirou um proveito enorme pra encontrar pessoas e informações - e principalmente pra se divertir.

E isso me lembrou outro caso da mesma época. O Orkut era tão pouco povoado que a gente sempre via as mesmas carinhas nas fotos.

Bem, um estagiário franco-português havia acabado de começar a trabalhar lá naqueles dias. E eu estava fazendo uma aula de "Antropologia da Festa" (festa aqui no sentido popular, carnaval, essas coisas. Não era festinha de aniversário não. Aliás uma das aulas mais sérias que fiz). Um dia precisei saber urgente de uma informação da aula e não sabia o contato de ninguém - não era a minha turma habitual. De repente, lembrei que uma das carinhas comuns no orkut, na comunidade da UFMG, era de uma aluna daquela turma. Entrei lá, deixei recado pra ela pedindo informação e ela me respondeu. E acrescentou:

"Você trabalha no Centro Cultural, né? Tem um intercambista trabalhando lá, o Briece, conhece? Ele tá ficando na minha casa".

E ainda logo depois descobri que a moça era filha de uma professora minha.

Ô mundinho pequeno hein.

18 de abr. de 2009

Um voto de confiança na humanidade

Sou usuário assíduo de redes sociais como Orkut e Twitter, entre outras tantas das quais não sou tão assíduo. A maioria delas tem um proposta interessante de colocar as pessoas em contato permanente, e até de conhecer gente nova, com interesses semelhantes.

Depois do boom do Orkut no Brasil - em outros países outras redes fazem tanto sucesso - passamos a encontrar outros segmentos, menos conhecidos, mas com uma proposta que ia além: colocar as pessoas em contato num contexto fora da internet.

Não estou falando se sites de relacionamento amoroso. O melhor exemplo prático que penso no momento é a guerra de travesseiros que ocorreu no dia 4 de abril passado. Em todo o mundo, as pessoas foram convocadas pela internet a ir pra algum ponto de cada cidade inscrita, levar um travesseiro e dar umas boas travesseiradas umas nas outras.

"Nossa, mas e quem não tinha nada a ver??? E o respeito??? E a sujeira que fica depois??? E se alguém colocasse u ferro, um tijolo, uma pedra dentro do travesseiro???"

Calma, calma! Olha o título do post e agora vem o motivo dele: tudo foi tranquilo. Eu não estive lá, infelizmente, mas vi as reportagens e respostas na internet. O evento tinha regras - e elas foram seguidas.  Por que? Porque as pessoas seguiram e pronto. Claro, certamente teve alguma bagunça em algum lugar - mas isso é mais que previsível, não há evento que ocorra 100% como previsto.

E pensei neste post porque acabei e voltar do correio, onde fui enviar pra uma pessoa chamada Evelyn um livro meu do Italo Calvino. Mandei porque me cadastrei no site Trocando Livros, coloquei o livro como disponível e ela pediu. Isso me custou 3,80 reais de postagem no correio - com isso ganhei um crédito pra pedir um livro de qualquer pessoa no site. Aguardo agora por "Como eu vejo o Mundo" de Albert Einstein, que solicitei a um outro usuário do site, e que me custaria pelo menos 25 reais a mais se eu fosse comprá-lo. Posso não recebê-lo, daí ganho o direito de pedir outro livro. Mas eu mandei o meu - que tal confiar um pouquinho nos colegas de site? 

Sequer vou trocar um e-mail com a tal Evelyn, e no entanto talvez tenhamos feito um contato muito mais forte do que algum "amigo" que me adicionou no orkut. Acredito que isso seja uma evolução das ferramentas da internet. No final das contas, apesar das possibilidades de anonimato na internet, ainda dá pra confiar um pouco no ser humano - e desconfiar apenas o necessário sem entrar na paranoia.

Apenas uma crítica fica nisso tudo. Como disse um colega no twitter: seria bom ver as pessoas se mobilizando pra outras causas mais nobres como se mobilizam para dar travesseiradas. Mas antes usar a internet apenas para se divertir do que para os crimes de que ouvimos falar e que abalam a fé nos contatos pela internet.

15 de abr. de 2009

AHHHRRGG, esses robôs inúteis!!!

Há alguns anos (2002, pra ser exato) eu ainda estudava, o google não era tão eficiente e eu fui fazer uma pesquisa sobre "relações públicas". Acabei achando a página de uma tal Roberta, que não era uma pessoa, e sim um robô (representado por uma moça 3d) que se dizia a relações públicas da empresa de software que a desenvolveu.

Infelizmente o link não existe mais, mas posso contar brevemente a experiência. Ela era um robô de conversação, ou seja, você entra no site e pode bater papo com ela, porque ela responde como se fosse um MSN. Só tinha dois problemas: 1 - Não funcionava, as respostas dela eram completamente aleatórias; e 2 - mesmo que funcionasse, você acha que alguém ia fazer outra coisa senão zoar com a pobre coitada?

O mais legal era encontrar em fóruns e blogs e ver as pessoas postarem seus "profundos" diálogos com a tal roberta, como esse aqui pro exemplo: http://cab.blogspot.com/2002/05/fui-falar-com-robertabot.html

Bem, e estou eu cá hoje, passeando no Twitter, coisa jamais imaginada em 2002, e tropeço com esse link aqui: http://www.camiseteria.com/profileblogpost.aspx?usr=rodrigoreis&bid=15438

Deja vu! (é assim que escreve?). Agora é a vez do Ed, um robô que pretende "ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais". Mas basta acessar o link acima pra ver que nada mudou: a graça mesmo é bater papos inúteis com a figura.

O link direto para o Ed é http://www.ed.conpet.gov.br/converse.php.

E quem é ele? É um robô criado para o Conpet - Programa Nacional de Racionalização do uso dos Derivados de Petróleo e de Gás Natural (tudo a ver com a sigla né). Sei lá desde quando isso (o projeto e o robô) existem, mas posso dizer uma coisa: ah, como é interessante perceber que após 7 anos, com todo o avanço tecnológico, algumas coisas continuam exatamente do mesmo jeito.

Tentar manter uma conversação com o robô é completamente inútil! Ele temrespostas genéricas para o que não sabe, não tem a menor continuidade de contexto e, principalmente: mesmo que você QUEIRA falar sobre energia, não conseguirá mais que um amontoado de informações sem qualquer linearidade de discussão.

Um manualzinho atenderia bem melhor. Deixa os robôs pra quando eles forem realmente úteis.

Obs.: Ah, eu já ia publicando sem falar o mais importante: o site do robô trava o tempo todo! Pelo menos a Roberta não fazia isso.

7 de abr. de 2009

Sinapses?

Agora há pouco fui escovar os dentes. Abri o armário e peguei minha escova de dentes. Ao lado da pasta de dentes estava o fio dental. 

Então eu primeiro peguei o fio dental, abri a tampa da caixinha, coloquei de volta no lugar, e em seguida abri a pasta de dente. 

Só na hora em que eu comecei a abrir a pasta de dentes é que percebi que havia feito esse processo completamente inútil e desnecessário de abrir a caixinha de fio dental como se fosse um passo necessário para abrir a pasta de dente.

Isso é normal???

2 de abr. de 2009

Momento filosófico

E extremamente viajado:

Se a natureza, ao longo de bilhões de anos, foi capaz de criar VIDA, ou seja, transformar um amontoado de elementos químicos num ser com com corpo e com consciência próprios, por mais limitada que ela seja, o que impede que o conjunto de tudo que forma o universo não seja nada mais do que um único ser vivo, mesmo que não saiba o que se passa dentre de si? Afinal, por acaso as bactérias que estão no nosso intestino sabem que estão dentro de uma pessoa? E nós conseguimos acompanhar o que cada uma está fazendo?

(Não, isso não é sério, mas quem quiser levar a sério fique à vontade)