20 de dez. de 2009

Braço de ferro

O Capitão Hunchmausen, conhecido como "Braço de Ferro", chegou à cidade impondo sua fama de corajoso aventureiro. Vislumbrou a antiga ponte, construída há dezenas de anos para atravessar mais rapidamente o enorme despenhadeiro, e agora com uma corrente fechando seu caminho.

- Mas como vocês, cidadãos, chegam ao outro lado!?

- Damos a volta por um caminho mais longo. Outra ponte mais moderna e em ótimas condições foi construída há alguns quilômetros daqui.

- E porque não usam esta ponte?

- Ela é fraca. Foi construída às pressas por um prefeito só para fazer propaganda. Ninguém nunca a atravessou, é impossível, ela cairia!

- NADA é impossível. Impossível é que ainda não foi tentado! - respondeu o Capitão como se tivesse sido desafiado. - Pois EU vou atravessá-la!

- Capitão, não há necessid...

- Você está duvidando? Vou convocar um grupo de homens corajosos e mostrar que PODEMOS FAZER.

Capitão Hunchmausen bateu de porta em porta e, com sua lábia mirabolante, convenceu  um pequeno grupo de homens a acompanhá-lo. De volta à ponte, anunciou para quem quisesse testemunhar:

- Vocês verão como eu, o corajoso Capitão Hunchmausen, posso mostrar que nada é impossível! Homens, à ponte!

Enquanto o Capitão, parado na borda do despenhadeiro, apontava para ponte, o grupo passou por ele de cabeça erguida, com olhar determinado e adentrou aquela a estrutura rachada e trêmula, apenas para, alguns metros à frente, ver-se desabando centenas de metros e sumindo para sempre no vazio.

Diante dos gritos de protesto e revolta contra a demonstração frustrada e totalmente desnecessária, Hunchmausen, impassível, deu a entender porque era conhecido como "Braço de Ferro":

- Pois vejam estes nobres homens que mostraram a vocês o valor da coragem hoje! Não me julguem, não os julguem, pois SÓ ERRA QUEM TENTA! Ao contrário daqueles que só falavam que era impossível, nós somos homens de ação, NÓS TENTAMOS! E é por isso que eu sou o corajoso aventureiro Capitão Hunchmausen, pois estou cercado de mártires e heróis!

Ele nunca dava o braço a torcer.

8 de dez. de 2009

Resolvendo o conflito

... E daí eu disse a ele: "acho que é hora de colocarmos todas as cartas sobre a mesa".
Foi então que eu percebi que ele tinha um Às na manga, uma resposta do Papai Noel e duas criaturas de "Magic The Gathering".

2 de out. de 2009

Minha ponta no cinema

E vem aí, um dos filmes mais esperados do ano:

"Finados"



Em breve, num Youtube mais perto de você!

29 de set. de 2009

Adiantando um post

Sábado passado participei de um grupo de foco com blogueiros de Minas Gerais,organizado pelo pessoal do Web Citizen. Foi muito bacana, conheci um bocado de gente legal. Mas pretendo contar com mais detalhes assim que tiver em mãos os endereços dos outros blogs presentes. Até porque estou devendo umas fotos tiradas do celular no pós-encontro no Maleta. O esperto aqui não anotou o endereço de ninguém...

26 de set. de 2009

Meu trauma do Smiley ou "Quando eu soprava cartuchos"

Nasci no início da década de 1980, e isso já é suficiente para vocês imaginarem o tipo de infância que eu tive. Xou da Xuxa, Trem da Alegria, Atari, Karate Kid, Curtindo a Vida Adoidado e por aí vai.

Os anos 80 talvez tenham sido tão marcantes para as crianças, entre outras coisas, por causa da velocidade com que tudo mudava, inclusive, e especialmente, a tecnologia com todas as suas luzes coloridas de neon que a década mais brega da história conseguiu fabricar.

Os videogames surgiam um após o outro. Do antigo Telejogo, monocromático, com um palitinho que rebatia uma bola quadrada na parede quando você girava um botão preso no console, passamos para o Atari (creio que isso ainda era final dos anos 70), com seus joysticks e uns pontos brancos na tela que se moviam e coloriam para lembrar carros, aviões, canhões e bonequinhos feitos com 5 peças de lego coladas com superbonder.

E então eis que surge uma nova geração, um salto tecnológico gigantesco: Phantom System, Master System, Mega Drive etc, com gráficos que, comparados ao Atari, eram o que hoje é a computação 3D comparada com o 1º filme do King Kong.


"Eu pego os de madeira pendurados nos fios e você pega os de código binário, ok?"

Pois é, meu vizinho tinha um videogame - esse grande gerador de sociabilidade infantil, ao contrário do que pregavam os tecnófobos de plantão. E, como era de hábito lá pelos meus 9 anos, fui à casa dele tentar "zerar" (nossa, lembram disso?) um jogo. Não lembro o nome do jogo, mas era de um homem das cavernas que dava com seu tacape nos inimigos, quebrava coisas, ganhava bônus etc.

É, videogame era um vício, como para a maioria dos meus colegas. E naquele dia, o maldito cartucho estava com "tilt" (para os mais novos, isso quer dizer "tava dando pau"). Fizemos o que se fazia sempre nessa ocasião: tiramos e sopramos o cartucho, para tirar as impurezas. Sopramos o console também, repetindo a operação diversas vezes. Não adiantava, o jogo travava sempre.

Daí descobrimos que apertar o temidíssimo botão "reset" era mais vantagem e funcionava melhor (como veem, jamais nos passava pela cabeça parar de jogar para pedir ajuda ou mandar consertar). Apertamos o reset. Começamos a jogar, travou. Apertamos reset. Jogamos mais, travou de novo. Lá pela quinta vez, travou de vez. Apertamos reset e nada. Reset, reset e nada. Reset, reset, reset, reset, reset e, de repente...

(eu fiz isso no Paint, a melhor ferramenta pra dar esse resultado)


... essa... "coisa"... aí apareceu, enorme, ocupando toda a tela da TV. Desse jeito: oval, tosca e pixelada.

O que se seguiu deveria ter sido gravado para a posteridade. Nós dois, que estávamos sentados no chão, ficamos de pé de uma vez só usando técnicas ninjas desconhecidas por nós mesmos e nos jogamos um ao outro e cada um por si para fora da sala como se fosse o último momento de nossas vidas.

Eu jamais tinha visto um smiley na vida, nem meu amigo, e essa tela da carinha sorridente - que nos pareceu extremamente irônica - definitivamente nunca tinha feito parte de qualquer momento do jogo! Para nós, na nossa imaginação de criança, essa repentina aparição de uma forma humanóide na TV pareceu mais assim:


Bwwaaahahaha! Eu sou o monstro do Reset e vou pegar vocês!!!

Demoramos um tempo para nos aliviarmos do susto e tomamos coragem de voltar para a sala. Salvo engano, estávamos agora acompanhados de algum adulto e/ou responsável para nos proteger. A fita havia começado normalmente, e funcionou. Não deu mais tilt, pau, ou qualquer outra disfunção tecnológica.

Não sei exatamente o que foi aquilo, provavelmente era a primeira coisa a aparecer na inicialização do cartucho, brincadeira de programadores que "sabiam" que essa tela não apareceria... exceto se dois pentelhos resetassem tanto o videogame que travasse logo no primeiro centésimo de segundo.

O smiley existe desde 1967, mas só fui ver essa cara maligna de novo quando começou a febre das salas de bate-papo na era pré-histórica da conexão discada. Hoje em dia já fizemos as pazes

15 de set. de 2009

Dois filmes de Patrick Swayze que não são "Ghost" nem "Dirty Dancing"

Pois é, Patrick Swayze desde ontem descansa em paz. Não posso negar que ele fez parte da minha infância e essencial formação industrial-cultural, por isso não poderia deixar de fazer também a minha homenagem.

Mas, ao contrário do que todo mundo já deve estar cansado de falar - de Ghost e de Dirty Dancing - resolvi fazer isso trazendo dois filmes mais recentes dele, que valem muito a pena e provavelmente jamais estarão na Sessão da Tarde.

O primeiro é um pouco mais conhecido no circuito quero-ser-cult-mas-ainda-não-aguento-Godard. Chama-se Donnie Darko, e trata de um adolescente com sintomas de esquizofrenia que, durante um ataque de sonambulismo que o salva de ser morto por uma turbina de avião que cai sobre seu quarto, passa a ter alucinações com um homem vestido de coelho diabólico que lhe diz quando o mundo vai acabar. As discussões vão de filosofias sobre a vida, passando por teorias de viagem no tempo e mistérios quebra-cabeça.
Acreditem, é sim muito bom! Melhor de tudo: o filme se passa nos anos 1980, com trilha sonora toda da época.
Patrick Swayze interpreta um desse gurus charlatões do otimismo, que vive de suas fitas VHS sobre como ter autoconfiança e vai dando palestras em escolas para os alunos.

Segue o trailer:



O outro filme se chama 11:14. É, o nome do filme é um horário, que na verdade é o momento culminante das diversas histórias contadas em paralelo. A ideia é bastante interessante: mostrar todas as ligações entre diversos acontecimentos num intervalo curto de tempo. São umas 4 ou 5 histórias (não me lembro agora) contadas uma de cada vez, porém todas se passam mais ou menos no mesmo momento, interferindo umas nas outras. Enquanto um assalto é simulado num supermercado, um policial investiga o atropelamento de um cadáver que caiu da ponte e alguns adolescentes bêbados aprontam pela cidade (entre outras coisas). Bom, espero que tenha dado pra entender. O filme não é confuso, eu é que não sei explicar.
Patrcik Swayze interpreta um personagem quase oposto do que fez em Donnie Darko. Aqui ele é o protagonista de uma das histórias, um pai superprotetor, mas muito deprimido, que de repente tem que lidar com um cadáver e se livrar dele. Desculpem, faz tempo que vi o filme e não lembro de mais detalhes sem estragar as coisas.

Aqui está o trailer:


Agora, se ficar curioso, pode ver o filme inteiro, que está dividido em partes no youtube, aqui :)

E sim, esse post acabou sem piadinha com Ghost.

8 de set. de 2009

O sujeito do sobretudo

Um dia, subindo a rua para o meu antigo trabalho, eu reparei numa figura muito peculiar: um sujeito que estava usando sobretudo, chapéu (daqueles tipo detetive de filme noir) e óculos escuros de lentes pequenas e redondas, um cavanhaque daqueles que junta bigode e barba, e um rabo-de-cavalo curto, aquele cotoco que fica suspenso no ar. Estranhei apenas o fato de que era um dia muito quente para um sobretudo, mas imaginei que ele deveria ter algum motivo pra estar usando aquilo.

No dia seguinte esbarrei na mesma figura (não dá pra ignorar). Estava usando exatamente a mesma roupa.

Dias depois, descobri que o encontrava sempre no caminho porque trabalhava no mesmo prédio que eu. Com a atenção aguçada a partir de então, reparei que ele ia trabalhar todos os dias exatamente com a mesma roupa. Todos os dias, invariavelmente, com sol ou chuva, de janeiro a dezembro.

Acrescento à descrição, para completar: sobretudo, calça e chapéu eram cinza escuro, e a camisa social e o sapato eram pretos.


No calor diário: isso + 30kg + cavanhaque - gravata + rabo-de-cavalo + óculos escuros

O sujeito, com essa aparência, ganhava um ar meio misturado de detetive, gângster e figurante de Matrix. O rabo-de-cavalo, cavanhaque e o fato dele ser um pouco gordinho, porém, quebravam qualquer charme.

Pois bem, trombei com ele de novo hoje, no supermercado (ele deve morar perto de mim, por isso a coincidência do caminho). Estava usando a mesma roupa. Chapéu e sobretudo para fazer compras num lugar quente e lotado, num dia muito quente.

Conheço pessoas que adquiriram certas manias. Uma colega, depois de casar, pegou mania de limpeza - o que não tinha nada a ver com a personalidade dela. Outra, daquelas porra-loucas (ou "porras-loucas"?), mudou de país e após um tempo não conseguia mais andar se não fosse de sapato de salto (que provavelmente nunca tinha tido antes). Ora, eu próprio não sou um exemplo de equilíbrio, ou não faria terapia.

Mas ao ver aquela figura de novo fiquei imaginando o que na vida de alguém faz a pessoa chegar ao ponto de vestir uma outra persona 24h por dia. Isso é diferente daquele papel social que todo mundo interpreta todo dia. Ninguém é totalmente transparente, molda-se de acordo com a situação e algumas vezes passsa o dia comportando-se praticamente como se fosse outra pessoa. Um vendedor, por exemplo: não importa se o bicho tá pegando em casa, tem que parecer feliz e cheio de energia para vender aquele eletrodoméstico.

Mas o sujeito do subretudo é diferente. Ele levanta, todos os dias, e literalmente veste uma personalidade. Fico intrigado pensando como ele vê o mundo enquanto caminha. Será que na sua cabeça, enquanto ele anda pela cidade ele cria uma voz de narrador que conta o que ele estava pensando? E desperta de repente, quando ouve uma sirene de ambulância, imaginando que a qualquer momento Al Capone vai passar seguido pela polícia de Chicago? Ou não, pensa que está vivendo num mundo criado por uma máquina para nos iludir, que estamos apenas dentro da Matrix? Ou nada disso, tem pensamentos comuns como todo mundo, mas por algo que nem ele mesmo sabe explicar (mas Freud sim), apenas se sente confortável, disposto a ser visto, quando usa aquele conjunto específico de peças de roupa e cortes de cabelo (que na verdade praticamente o escondem completamente)?

Ele está disposto a ser visto, isso é fato. Mais do que isso, mesmo que ele não saiba, ele QUER ser visto, e identificado como algo que na verdade somente ele consegue identificar. E certamente sabe dessa sensação de dúvida e curiosidade que causa, com o que secretamente se diverte.

Eu, sinceramente, apenas espero que ele tome pelo menos dois banhos por dia no verão, ou não entro no elevador com ele.

2 de set. de 2009

Partindo do pressuposto errado

Sabem o que eu fiz no verão passado? Eu perdi toda a consideração, da pouquíssima que já tinha, por um colunista de um jornal. Daqueles que têm meia página para lançar notinhas de 5 linhas sobre amenidades aleatórias, e que eu tinha de ler porque fazia parte do meu trabalho diário.

O dito colunista, naquele dia, resolveu escrachar o filme "Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado". No começo desse filme norte-americano, a protagonista ganha uma viagem com tudo pago ao responder à pergunta de um programa de rádio. A pergunta é "qual a capital do Brasil?". A resposta, considerada correta e que lhe dá o prêmio, é "Rio de Janeiro". O colunista conta isso e diz que é a gota d'água, que os enlatados passaram dos limites de desinformação etc etc.

Não vou contar o filme, mas o fato é que obviamente o colunista NÃO VIU O FILME e saiu gastando tinta do jornal à toa, partindo do pressuposto errado.

Sei lá porque isso me veio à cabeça hoje, e acabei lembrando não de pessoas, mas de filmes que, a partir da forma de contar sua história, remetem a esses pressupostos errados - seja na própria história ou na "filosofia" do filme (me faltou palavra melhor, desculpem...)

Lembrei de alguns deles e resolvi compartilhar. Digamos que esta seja a coletânea "não vale dizer que já sabia depois dos créditos". E vamos a eles (não se preocupem, sem spoilers):

1 - Os Outros



Liguei a TV um dia e estava passando esse filme, que sempre tive curiosidade de ver. Para meu enorme azar, eu não sabia que estava na sequencia final. Preso pela tensão, acabei estragando completamente a história.


2 - O Amigo Oculto



Pois é, outro filme que não vi. Na verdade, não vi nem um ceninha sequer, e no entanto sei o final porque uma vez uma pessoa "mui amiga" virou pra mim e perguntou se eu lembrava o nome "daquele filme da uma menina que diz que tem um amigo imaginário, e pessoas que ela conhece vão morrendo, mas aí no final...". Sim, ela contou o final. Eu não tinha visto o filme, mas tinha ouvido falar. Lembrarei desta história com ódio pelo resto da vida e hei de contá-la para meus netos com tom de lição de moral.

3 - O Sexto Sentido



Tem gente que ama e gente que odeia esse filme. Algumas pessoas que assistiram me falaram depois "ah, logo no começo eu já sabia". Na maior parte são pessoas metidas a sabichonas. Nunca vi alguém que tivesse dado a resposta NO MEIO do filme. Só depois. Assim não vale.


4 - O Clube da Luta



Uma obra que é ao mesmo tempo pop e cult. Não tem muito pra dizer, o filme é sensacional e, como a ideia do post, você passa o tempo todo achando que o filme é uma coisa e depois descobre que é outra completamente diferente, mas que é aquilo mesmo também. Sacou?


5 - O Hospedeiro



Um monstro ataca uma cidade, engole uma garota viva e a leva pro rio de onde veio. O pai da garota teve contato com o monstro. Ele e sua família passam a ser perseguidos pelas autoridades, pois podem ter sido contaminados com um vírus misterioso. O país está em alerta geral pela doença desconhecida, e a família tenta desesperadamente encontrar a garota, que conseguiu dar um sinal de vida. Um terror com perfeitos toques de humor que não tiram a tensão da história. E seria completamente diferente não fosse um pressuposto errado no meio de tudo. Vale a pena demais!


6 - Eu Sei Quem Me Matou



Junto com O Hospedeiro, foram os filmes que me inspiraram na ideia do titulo do post. Neste filme, uma garota é encontrada na beira da estrada com um braço e uma perna amputados - marcas de que foi atacada por um assassino serial que está sendo investigado. Levada para o hospital, é reconhecida pela família como a filha que desaparecera duas semanas antes. Ela, porém afirma ser outra pessoa com outro nome e uma história de vida completamente diferentes. Flashbacks frequentes e um uso constante da cor azul clara em todo tipo de elemento, das roupas à decoração, aos olhos, aos objetos (reparem a predominância da cor no trailer) bagunçam a cabeça do espectador o tempo todo. Aqui é até possível adivinhar o fim da história sim, mesmo que no chute. Mas, como no Hospedeiro, o que interessa é o pressuposto que guia as ações de todos os personagens.


7 - Dead End



Eu estava quase publicando o post quando lembrei deste. "Dead End", não sei se tem nome em português. Peguei uma vez, por acaso, começando nesses Corujões da vida, e fiquei preso até o final. Terror com direito a misterioso-carro-preto, carrinho-de-bebê, mulher-de-branco e cabana-abandonada, tudo isso no meio de uma estrada deserta e interminável que uma família pega durante uma viagem. O que podia ser um monte de clichês é um dos melhores filmes de terror que já vi (com direito à famosa pegadinha final nos últimos segundos pra deixar coisas no ar).

8 - Os suspeitos



A história é contada por flashbacks a partir do depoimento de um crimonoso a um delegado. Um crime incomum, no qual várias pessoas morrem sem uma explicação plausível, organizado por um homem misterioso e abominável que nunca se mostra. "O maior truque do Diabo foi convencer a todos que ele não existe" [fala do trailer que, infelizmente,como em outros aí em cima, não achei legendado]. Como quase todos os filmes citados (exceto o Hospedeiro) se você não viu os últimos 2 minutos, você absolutamente não viu o filme. Mesmo que seja pra dizer no final que já sabia desde o começo.


Agora assistam a esses filmes, e jogue a primeira pedra quem nunca deu com os burros n'água porque fez alguma coisa ou chegou a alguma conclusão partindo do pressuposto errado.

23 de ago. de 2009

Pelo silêncio nos espetáculos


Outro dia li esse texto, em que a autora faz um apelo pelo fim do blablablá no cinema.

Pois eu digo que isso devia ser uma campanha, e ir além do cinema: qualquer espetáculo que não envolva a participação direta da platéia (ex: maior parte do teatro, espetáculo de dança etc).

Já está muito difícil frequentar o cinema. Nas últimas 4 ou 5 vezes que fui ver um filme tive que mudar de lugar ou aguentar comentarios em voz alta à minha volta durante todo o filme. E quase sempre são pessoas adultas, ou pelo menos crescidinhas o suficiente para ter o mínimo de noção de educação nesse tipo de espaço.

Hoje fui assistir a um espetáculo de dança da Companha 1º ato. O nome é "Isso aqui não é Gotham City", e era realmente (pra ser) algo divertido. Só quando a peça estava prestes a começar reparei no número de crianças na platéia.

A propósito, era realmente um espetáculo lúdico, brincando com a linguagem de quadrinhos, mas não exatamente infantil. Sem restrições, apenas algumas coisas são um pouco elaboradas demais para criançasde 5, 6, 7 anos compreenderem.

Pois bem, resumindo, assim que começa o espetáculo descubro que estou sentado bem à frente do menino-gênio-chato da platéia. A figurinha, de no máximo 8 anos, passou o tempo todo dizendo ao pai o que entendeu ou perguntando o que não entendeu.

"Olha ele tá colocando uma roupa branca. Ela brilha na luz fosforescente!"
"O que ele fez com ela? "
"Quem é esse? O que ele está fazendo?"
"Ah, ela tá disfarçada! Aposto que é uma vilã!"

"O que você tá lendo? Tá gostando?
Como desliga o computador, é puxando a tomada assim?"


E o pai? Aí é que está a fonte de todos os problemas. Revoltados com as crianças da platéia do meu Brasil, CULPEM OS PAIS! Sim, o pai do garoto não apenas não pedia silêncio, como respondia cada pergunta, e ainda eventualmente explicava algo espontâneamente.

Lá pelas tantas, não bastasse o falatório, o menino resolveu comer alguma coisa, provavelmente um chiclete. De boca aberta. Sabe aquele som de alguém mascando chicletede boca aberta? Então.

Mandem o ECA pra cima de mim, mas não posso negar que dei um sorriso malévolo quando a figurinha engasgou. Não foi nada de mais, ele apenas tossiu e limpou a garganta. Mas pra mim foi uma catarse.

Momento Zé do Caixão (e olhe que peguei leve, hein!):
Espero sinceramente que o menino não tenha entendido, não tenha gostado e tome raiva de espetáculos e salas de cinema. Que cresça ouvindo rock, punk, heavy metal, deixe os cabelos longos e passe o dia fazendo air-guitar e head-bangs que precisem de bastante estímulo em altos decibéis. Frequente apenas shows da pesada, com muita gritaria, ou vá ao Pop Rock ficar pulando na chuva. Ou então que ouça muita música Emo e não vá em nada porque o mundo o odeia e ele não quer compartilhar nada com ninguém, quer apenas ficar no quarto com seus fones de ouvido, encolhido num canto. Que, seja como for, que ele passe a considerar cinemas e salas de teatro como espaços de manifestação da elite burguesa capitalista que tenta criar uma aura de alta cultura para contrapor a diversidade das manifestações pós-modernas que tentam mudar o status quo.

Mas que eles, e principalmente seus pais sem noção, parem de frequentar lugares onde o silêncio da plateia é parte do espetáculo! Ou pelo menos as cadeiras à minha volta.

Ah, mais uma coisa: se você concorda comigo, por favor jamais faça "shhhhhh!", especialmente no cinema. Desde pequeno aprendi que um "shhh" pedindo silêncio sempre gera um "shhhh" em resposta pedindo pra não fazer "shhhh" e, em seguida, mais dois ou três "shhhh" que acharam ruim todo mundo começando a fazer "shhhh" e, finalmente, diversos "shhhh" seguidos de risadinhas, e a coisa vira brincadeira.
Achei no blog Etc S/A, hehe.

10 de ago. de 2009

Ai que saudades do tempo

Tinha um engarrafamento atípico no meu caminho de volta do trabalho para o almoço hoje. Sim, de volta do trabalho para o almoço e não o contrário. Tenho o privilégio de almoçar em casa todos os dias, por morar perto do trabalho nessa metrópole que é BH, assim como fazia como quando morava no sul de Minas. Lá ainda dava tempo até de uma siesta na minha própria cama entre os dois turnos.

Pois bem, o engarrafamento. Num lugar onde normalmente não acontece. Provavelmente é a volta às aulas, adiada pela gripe suína, o que fez as pessoas desacostumarem com o trânsito. Exatamente por estar indo pra casa a pé na hora do almoço e lembrando dos antigamente lá no sul, pensei naquelas pessoas que sempre guardam um ar saudosista daquele tempo em que viviam algo mais calmo.

Posso imaginar um antepassado dizendo "ah, aquele tempo em que a gente vivia na roça! Subia na árvore pra pegar as frutas, dormia cedo e acordava com as galinhas, ficava só proseando no final do dia. Não era essa bagunça dessa cidade com essas carroças pra lá e pra cá".

E um outro antepassado, mais recente, lembrando "daqueles tempos, em que a gente vivia na cidadezinha, com aquelas carroças pra lá e pra cá, o barulho dos cascos. O seu Zé trazia o leite o queijo da roça novinho todo dia, a gente conhecia os vizinhos e cumprimentava todo mundo na rua."

E um nem tão antigo, dizendo que bom mesmo era "quando a gente vivia na cidade pequena. Era um ou outro carro, e a gente só precisava ir no centro pra uma ou outra coisa. Dava pra ir pro trabalho a pé, os vizinhos eram gente boa".

E aí fiquei pensando quando é vai chegar o tempo em que alguém vai ouvir uma buzina e dizer. "Ah, isso me lembra aqueles bons tempos que a gente vivia na cidade. Aqueles prédios altos em que a gente tinha toda a privacidade, nem precisva cumprimentar o vizinho. Shoppings com todo tipo de opção, cinemas, ir pro trabalho de carro todo dia, e até aproveitar o engarrafamento pra ouvir um radinho, bater papo com o carona e de vez em quando até paquerar".

Demora muito não, cês vão ver só...

9 de ago. de 2009

Eu sabia!

Essa frase, "eu sabia!" - que na verdade deveria estar na categoria interjeições, junto com "putz grila!" e "como é que ninguém pensou nisso antes?" - geralmente cumpre, sem que a gente perceba, o papel de denunciar nossa própria culpa.

Isso porque "eu sabia!" sempre é dito diante de uma situação em que podíamos evitar mas deixamos acontecer. Podíamos avisar, mas não avisamos. Fingimos que não percebemos o tempo todo, e de tanto fingir nos convencemos de que não sabíamos até o momento apropriado de soltar um "eu sabia!", que tenta passar uma sagacidade do seu locutor, algo como a inteligência zen daquelas pessoas que acreditam que tudo está predestinado e não importa o antes e o depois. Se você sabia ou não, não faz diferença. Que nada! Justamente porque sabia, pior pra você.

Você sai de casa com o tanque quase vazio, você olha o marcador e diz que dá pra chegar lá no cafundó e passar no posto na volta. O carro para no meio da estrada. "Eu sabia!". Você vê o menino andando no muro, se equilibrando, fica só olhando até o menino cair e se estatelar no chão e aí sim todo mundo acudir. "Eu sabia!". E, só pra enganar e diminuir a culpa, de vez em quando você solta um "eu sabia!" que te faz parecer o responsável por algo bom. Tipo, seu time, na lanterna do campeonato, faz 6 x 0 sobre o favorito e você grita "eu sabia!!!".

E sabe-se lá porque a gente entra nessas. Diz que não vai, mas vai, mesmo tendo certeza desde o início de que não tem jeito de dar certo. Bota fé em quem defintivamente não tem conserto e, quando leva a facada nas costas, diz "eu sabia!". Porque, no fundo, no fundo, sabia mesmo.

Quem sabe um dia a gente aprende. Aprende não a saber, mas a dizer "eu já sei" ao invés de "eu sabia!". A ressaca moral da ignorância é muito menor do que a de saber das coisas no pretérito nada perfeito do subjetivo.

"Sacudiu um pouco no caminho,
mas é só abrir com cuidado"

16 de jul. de 2009

Comunicação de Impacto

"A campanha publicitária é a primeira criada pelo núcleo digital da agência e promete seguir o conceito Comunicação de Impacto, que potencializa a verba do cliente e a faz parecer maior do que realmente é."

- da série "Nomes novos pra vender velhas ideias"

1 de jun. de 2009

Velhos (nem tanto) tempos

E quebrando o assunto completamente em outro post:

Fui ver hoje o Bing, novo buscador da Microsoft pra concorrer com o Google e Yahoo. Por causa dele acabei descobrindo que textos do meu antigo blog eram replicados em outros espaços que eu nem sabia, que o Google nunca tinha me mostrado.

Queria coltara escrever aqueles textos, do blog "A Baldurquínia". Eu estava numa época imspirada, e tive que parar pelo excesso de compromissos com o novo emprego que veio algum tempo depois de sua criação. Ultimamente a inspiração está mais fácil de achar que o tempo.

Hoje todo mundo tem twitter, orkut, etc, e naquela época era blog, e toda vez que eu o atualizava ele aparecia na página inicial do Spaces (MSN) e daí alguém achava. Criei um bom círculo de leitores-amigos com quem infleizmente perdi o contato depois. É uma experiência ótima, que me faz falta diante de tantos blogs corporativos que é o que mais vejo hoje, no lugar dos predominantes diários adolescentes e alguns poucos escritos mais literários que começavam a aflorar há uns 5 anos. Boa época, penso seriamente em voltar a isso. Deixarei aqui o novo endereço se assim decidir.

(obs.: mais uma vez, poquíssima paciência pra revisar o post. Azar dos erros de digitação ou de burrice mesmo...)

Peculiar

Escrevo hoje em primeiro lugar porque um amigo - e talvez o único leitor desse blog... - me lembrou que eu tenho isso.

Acabo de voltar de um encontro que eu pessoalmente classifico como "peculiar". Alguns colegas profissionais chamariam de "grande oportunidade", outros mais ligados à internet de "fantástico", e vão por aí outros adjetivos possíveis, provavelmente positivos ou no máximo neutros. Fui bater um papo rápido com o Edney, um cara de SP e muito conhecido na internet (Dá um google em "edney interney").

Peculiar sei lá exatamente porquê, mas o fato é que o sujeito é realmente é muito gente boa, sem qualquer sintoma comum a muita gente que ganha certa projeção e influência; e eu fui desprovido de qualquer pretensão, apesar dele ser quem é (colegas profissionais me reprovarão completamente se em algum momento lerem isto).

E por isso pulo direto pros meus pensamentos e questionamentos pessoais. Há algum tempo, e agora diante deste inesperado encontro, reforço uma dúvida: o que vale mais a pena, distanciar-me de projetos que consomem meu tempo livre que poderia ser usado em estudos que renderão bons frutos mais estáveis a longo prazo, ou continuar numa dedicação que, no ritmo que segue, tende a gerar bons frutos, talvez também a longo prazo. O tempo livre me falta, e parece que sempre faltará, porque qualquer que seja a decisão, ela implica em utilizá-lo racionalmente de forma a tirar melhor proveito profissional.

Uma terceira via, porém, fica lampejando lá no fundo, aquela eterna improbabilidade de que não seguir nenhum dos dois caminhos pode abrir os olhos para um novo caminho mais... "peculiar". Caminho que talvez não renda tantos frutos profissionais e financeiros - dos quais preciso tanto nessa fase da vida - , mas pra saúde e outras áreas da vida seria o que falta.

E tudo me diz que essa divisão em três vias é puramente psicológica, arbitrária, e bem que eu podia adminstrar ao mesmo tempo duas delas, é só uma questão de saber como, e quais.

20 de abr. de 2009

Memórias aleatórias

De vez em quando, do nada, me vem à cabeça uma memória sem o menor sentido.

Acabei de lembrar de quando eu fazia estágio no Centro Cultural da UFMG. Isso era2004 e o Orkut tinha acabado de ser lançado, ou eu pelo menos tinha acabado de entrar nele. E daí um dia, se lá porque, pediram que eu atendesse um cara, chamado Murilo, que vinha conhecer o Centro e queria fazer algum tipo de proposta, nem lembro bem o que. Sei que eu não fazia a menor ideia de como conduzir isso e fui com a cara e a coragem.

O papo foi indo, indo e sei lá como chegamos no ponto de eu falar com ele sobre o Orkut. Eu disse que era uma "rede de relacionamento" (ainda estavam definindo "mídia social" e usavam esse termo de vez em quando pro orkut). Aí ele me olhou torto e eu tive que explicar que não era eeesse tipo de relacionamento.

Acabou que a figura não foi mais no Centro depois disso, mas entrou no orkut, me adicionou e, pelo que acompanhei uns tempos, tirou um proveito enorme pra encontrar pessoas e informações - e principalmente pra se divertir.

E isso me lembrou outro caso da mesma época. O Orkut era tão pouco povoado que a gente sempre via as mesmas carinhas nas fotos.

Bem, um estagiário franco-português havia acabado de começar a trabalhar lá naqueles dias. E eu estava fazendo uma aula de "Antropologia da Festa" (festa aqui no sentido popular, carnaval, essas coisas. Não era festinha de aniversário não. Aliás uma das aulas mais sérias que fiz). Um dia precisei saber urgente de uma informação da aula e não sabia o contato de ninguém - não era a minha turma habitual. De repente, lembrei que uma das carinhas comuns no orkut, na comunidade da UFMG, era de uma aluna daquela turma. Entrei lá, deixei recado pra ela pedindo informação e ela me respondeu. E acrescentou:

"Você trabalha no Centro Cultural, né? Tem um intercambista trabalhando lá, o Briece, conhece? Ele tá ficando na minha casa".

E ainda logo depois descobri que a moça era filha de uma professora minha.

Ô mundinho pequeno hein.

18 de abr. de 2009

Um voto de confiança na humanidade

Sou usuário assíduo de redes sociais como Orkut e Twitter, entre outras tantas das quais não sou tão assíduo. A maioria delas tem um proposta interessante de colocar as pessoas em contato permanente, e até de conhecer gente nova, com interesses semelhantes.

Depois do boom do Orkut no Brasil - em outros países outras redes fazem tanto sucesso - passamos a encontrar outros segmentos, menos conhecidos, mas com uma proposta que ia além: colocar as pessoas em contato num contexto fora da internet.

Não estou falando se sites de relacionamento amoroso. O melhor exemplo prático que penso no momento é a guerra de travesseiros que ocorreu no dia 4 de abril passado. Em todo o mundo, as pessoas foram convocadas pela internet a ir pra algum ponto de cada cidade inscrita, levar um travesseiro e dar umas boas travesseiradas umas nas outras.

"Nossa, mas e quem não tinha nada a ver??? E o respeito??? E a sujeira que fica depois??? E se alguém colocasse u ferro, um tijolo, uma pedra dentro do travesseiro???"

Calma, calma! Olha o título do post e agora vem o motivo dele: tudo foi tranquilo. Eu não estive lá, infelizmente, mas vi as reportagens e respostas na internet. O evento tinha regras - e elas foram seguidas.  Por que? Porque as pessoas seguiram e pronto. Claro, certamente teve alguma bagunça em algum lugar - mas isso é mais que previsível, não há evento que ocorra 100% como previsto.

E pensei neste post porque acabei e voltar do correio, onde fui enviar pra uma pessoa chamada Evelyn um livro meu do Italo Calvino. Mandei porque me cadastrei no site Trocando Livros, coloquei o livro como disponível e ela pediu. Isso me custou 3,80 reais de postagem no correio - com isso ganhei um crédito pra pedir um livro de qualquer pessoa no site. Aguardo agora por "Como eu vejo o Mundo" de Albert Einstein, que solicitei a um outro usuário do site, e que me custaria pelo menos 25 reais a mais se eu fosse comprá-lo. Posso não recebê-lo, daí ganho o direito de pedir outro livro. Mas eu mandei o meu - que tal confiar um pouquinho nos colegas de site? 

Sequer vou trocar um e-mail com a tal Evelyn, e no entanto talvez tenhamos feito um contato muito mais forte do que algum "amigo" que me adicionou no orkut. Acredito que isso seja uma evolução das ferramentas da internet. No final das contas, apesar das possibilidades de anonimato na internet, ainda dá pra confiar um pouco no ser humano - e desconfiar apenas o necessário sem entrar na paranoia.

Apenas uma crítica fica nisso tudo. Como disse um colega no twitter: seria bom ver as pessoas se mobilizando pra outras causas mais nobres como se mobilizam para dar travesseiradas. Mas antes usar a internet apenas para se divertir do que para os crimes de que ouvimos falar e que abalam a fé nos contatos pela internet.

15 de abr. de 2009

AHHHRRGG, esses robôs inúteis!!!

Há alguns anos (2002, pra ser exato) eu ainda estudava, o google não era tão eficiente e eu fui fazer uma pesquisa sobre "relações públicas". Acabei achando a página de uma tal Roberta, que não era uma pessoa, e sim um robô (representado por uma moça 3d) que se dizia a relações públicas da empresa de software que a desenvolveu.

Infelizmente o link não existe mais, mas posso contar brevemente a experiência. Ela era um robô de conversação, ou seja, você entra no site e pode bater papo com ela, porque ela responde como se fosse um MSN. Só tinha dois problemas: 1 - Não funcionava, as respostas dela eram completamente aleatórias; e 2 - mesmo que funcionasse, você acha que alguém ia fazer outra coisa senão zoar com a pobre coitada?

O mais legal era encontrar em fóruns e blogs e ver as pessoas postarem seus "profundos" diálogos com a tal roberta, como esse aqui pro exemplo: http://cab.blogspot.com/2002/05/fui-falar-com-robertabot.html

Bem, e estou eu cá hoje, passeando no Twitter, coisa jamais imaginada em 2002, e tropeço com esse link aqui: http://www.camiseteria.com/profileblogpost.aspx?usr=rodrigoreis&bid=15438

Deja vu! (é assim que escreve?). Agora é a vez do Ed, um robô que pretende "ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais". Mas basta acessar o link acima pra ver que nada mudou: a graça mesmo é bater papos inúteis com a figura.

O link direto para o Ed é http://www.ed.conpet.gov.br/converse.php.

E quem é ele? É um robô criado para o Conpet - Programa Nacional de Racionalização do uso dos Derivados de Petróleo e de Gás Natural (tudo a ver com a sigla né). Sei lá desde quando isso (o projeto e o robô) existem, mas posso dizer uma coisa: ah, como é interessante perceber que após 7 anos, com todo o avanço tecnológico, algumas coisas continuam exatamente do mesmo jeito.

Tentar manter uma conversação com o robô é completamente inútil! Ele temrespostas genéricas para o que não sabe, não tem a menor continuidade de contexto e, principalmente: mesmo que você QUEIRA falar sobre energia, não conseguirá mais que um amontoado de informações sem qualquer linearidade de discussão.

Um manualzinho atenderia bem melhor. Deixa os robôs pra quando eles forem realmente úteis.

Obs.: Ah, eu já ia publicando sem falar o mais importante: o site do robô trava o tempo todo! Pelo menos a Roberta não fazia isso.

7 de abr. de 2009

Sinapses?

Agora há pouco fui escovar os dentes. Abri o armário e peguei minha escova de dentes. Ao lado da pasta de dentes estava o fio dental. 

Então eu primeiro peguei o fio dental, abri a tampa da caixinha, coloquei de volta no lugar, e em seguida abri a pasta de dente. 

Só na hora em que eu comecei a abrir a pasta de dentes é que percebi que havia feito esse processo completamente inútil e desnecessário de abrir a caixinha de fio dental como se fosse um passo necessário para abrir a pasta de dente.

Isso é normal???

2 de abr. de 2009

Momento filosófico

E extremamente viajado:

Se a natureza, ao longo de bilhões de anos, foi capaz de criar VIDA, ou seja, transformar um amontoado de elementos químicos num ser com com corpo e com consciência próprios, por mais limitada que ela seja, o que impede que o conjunto de tudo que forma o universo não seja nada mais do que um único ser vivo, mesmo que não saiba o que se passa dentre de si? Afinal, por acaso as bactérias que estão no nosso intestino sabem que estão dentro de uma pessoa? E nós conseguimos acompanhar o que cada uma está fazendo?

(Não, isso não é sério, mas quem quiser levar a sério fique à vontade)

19 de fev. de 2009

Desafio aos programadores

Ok, quase ninguém lê esse blog, e quem lê talvez não entenda o que vou dizer abaixo, mas não custa tentar espalhar a idéia.

Estou lançando um desafio aos programadores - se é que já não foi lançado e solucionado e eu é que não fiquei sabendo. E se não fiquei, alguém por favor me faça ficar. Obrigado. Agora continuando:

(tá com preguiça ou ficou confuso com a explicação abaixo? leia apenas a parte em negrito)

Vou chamar essa minha idéia de SSR, que é o oposto de RSS. Quem conhece sabe que RSS é o "Really Simple Syndication", e é o que faz o Google Reader e similares, ou seja: você agrega diversas fontes de informação num lugar só. O próprio usuário cria uma conta na ferramenta de RSS, vai lá nas fontes, copia o código, leva pra ferramenta, e depois pode classificar o conteúdo, organizá-lo de "n" formas, compartilhá-lo com amigos em alguns casos etc.

Pois a idéia do SSR é o "Super Simple Replication" (sim, eu acabei de inventar, aceito idéias melhores...). E funciona no sentido oposto do RSS. E se eu, a partir de uma mesma única ferramenta, pudesse programá-la fácil fácil pra colocar aquele vídeo legal no meu Orkut, meu Facebook e meu blog, sem ter que entrar nos respectivos um de cada vez? Ou mandar o mesmo texto pro twitter, pro meu blog e pro e-mail de um amigo?

Penso em duas possibilidades da forma de funcionamento:
1- Um código universal, tal como o do RSS, adotado por todos os sites. Você "assinaria" a página de postagem de vídeos do orkut, gerando um código que te informaria os campos pra preencher (sim, você descobriu: não entendo patavinas de programação. O que importa é a idéia) ao escolher lá na ferramente de SSR a opção postar>vídeo>no orkut.

2- A ferramenta de SSR permitira a criação de uma "macro": você informaria o endereço da página de postagem do conteúdo e o processo a ser seguido, ou seja, os campos a preencher. Daí bastava postar o conteúdo nos campos já programados (a ferramente ofereceria essa possibilidade de construção - igual muito serviço de blog e construção de site por aí).

Enfim, estou falando como usuário interessado em ter um desses. Não entendo nada de como construir isso, nem sei até onde é possível, mas aí que está a graça. Se tudo o que eu falei sobre como devia funcionar é coisa de leigo, entenda-se apenas a pura e simples intenção:
que exista uma ferramenta que seja capaz de distribuir conteúdo a diversos sites de diversos tipos, que não têm entre si nenhuma ligação direta (ex.: pertencer à mesma empresa, grupo etc), sem que o usuário tenha que visitar tais sites diretamente, um por um. Faria assim o caminho exatamente inverso do qu faz o RSS.

Será que alguém pode fazer o favor de criar isso pra mim? Tô cansado de demorar meia hora só pra postar um texto e um vídeo nuns 3 sites diferentes, porque tenho que repetir a mesma tarefa 3 vezes pra cada coisa em cada site separado. Obrigado!

15 de jan. de 2009

Acabaram os acentos diferenciais

Jorge era um cara muito vaidoso, mas também adorava ser do contra.
Sempre que alguém elogiava seu cabelo, ele respondia que tinha muito pelo contrário.

5 de jan. de 2009

English, anderstênde?

A banda Calypso gravou "Acelera" em inglês, segundo a descrição do vídeo no youtube, para participar da "trilha sonora de um filme de hollywood que em 2009 estará no cinema".



Confesso que tenho medo... Da última vez que vi isso foi com o Kaoma, no auge da lambada. O resultado foi "Chorando se foi" (ou sei lá o nome daquela música) em inglês, compondo a trilha de "Lambada, a dança proibida" (veja cena com a música no vídeo abaixo). Pra se ter uma idéia, o tal filme começa com uma tribo indígena brasileira jogando capoeira, os índios são uma mistureba de tipos físicos baseados nos índios norte-americanos, falam espanhol, e a mocinha - que é a filha do "rei" (como eles chamam o cacique no filme) - se fosse mais branca seria loira.

Dá uma olhada aí. A música começa aos 2:28. Ignore o pajé-feiticeiro-curandeiro com a cobra no começo da cena. Ele tá só curando o tornozelo do par da mocinha.

E também ignore o que acontece depois da dança. Por favor, simplesmente... ignore...




Ah sim... Sim EU ASSISTI O FILME em alguma tarde perdida no tempo do SBT! Na época foi um trauma, por isso nunca esqueci.