10 de ago. de 2009

Ai que saudades do tempo

Tinha um engarrafamento atípico no meu caminho de volta do trabalho para o almoço hoje. Sim, de volta do trabalho para o almoço e não o contrário. Tenho o privilégio de almoçar em casa todos os dias, por morar perto do trabalho nessa metrópole que é BH, assim como fazia como quando morava no sul de Minas. Lá ainda dava tempo até de uma siesta na minha própria cama entre os dois turnos.

Pois bem, o engarrafamento. Num lugar onde normalmente não acontece. Provavelmente é a volta às aulas, adiada pela gripe suína, o que fez as pessoas desacostumarem com o trânsito. Exatamente por estar indo pra casa a pé na hora do almoço e lembrando dos antigamente lá no sul, pensei naquelas pessoas que sempre guardam um ar saudosista daquele tempo em que viviam algo mais calmo.

Posso imaginar um antepassado dizendo "ah, aquele tempo em que a gente vivia na roça! Subia na árvore pra pegar as frutas, dormia cedo e acordava com as galinhas, ficava só proseando no final do dia. Não era essa bagunça dessa cidade com essas carroças pra lá e pra cá".

E um outro antepassado, mais recente, lembrando "daqueles tempos, em que a gente vivia na cidadezinha, com aquelas carroças pra lá e pra cá, o barulho dos cascos. O seu Zé trazia o leite o queijo da roça novinho todo dia, a gente conhecia os vizinhos e cumprimentava todo mundo na rua."

E um nem tão antigo, dizendo que bom mesmo era "quando a gente vivia na cidade pequena. Era um ou outro carro, e a gente só precisava ir no centro pra uma ou outra coisa. Dava pra ir pro trabalho a pé, os vizinhos eram gente boa".

E aí fiquei pensando quando é vai chegar o tempo em que alguém vai ouvir uma buzina e dizer. "Ah, isso me lembra aqueles bons tempos que a gente vivia na cidade. Aqueles prédios altos em que a gente tinha toda a privacidade, nem precisva cumprimentar o vizinho. Shoppings com todo tipo de opção, cinemas, ir pro trabalho de carro todo dia, e até aproveitar o engarrafamento pra ouvir um radinho, bater papo com o carona e de vez em quando até paquerar".

Demora muito não, cês vão ver só...

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